Araucária apoiará cinco dos 16 projetos aprovados na chamada pública “Teia de Soluções – Resiliência Climática para o RS” 07/10/2025 - 04:18

Dezesseis projetos voltados à reconstrução e à adaptação climática no Rio Grande do Sul foram indicados para receber, ao todo, mais de R$ 11 milhões em recursos da chamada da Teia de Soluções – Resiliência Climática para o Rio Grande do Sul, uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em parceria com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), a Fundação Araucária com apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), com apoio do RegeneraRS. Na manhã desta segunda-feira (06), os projetos selecionados no edital foram apresentados em um evento realizado no Instituto Caldeira, em Porto Alegre.

“A participação da Fundação Araucária neste edital representa mais do que o investimento em ciência. É também um gesto de solidariedade, de compromisso coletivo com a reconstrução ambiental e social após uma tragédia sem precedentes. Essa parceria com a FAPERGS, a Fundação Grupo Boticário e o BRDE, reafirma a força da cooperação entre os estados e o papel estratégico das fundações de amparo à pesquisa na construção de respostas sustentáveis e inovadoras. A união de pesquisadores das universidades do Paraná e do Rio Grande do Sul forma uma rede de conhecimento e esperança dedicada à restaurar os ecossistemas, fortalecer comunidades e transformar a dor em aprendizado e resiliência”, ressaltou a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Araucária, Fátima Padoan.

O processo recebeu 174 propostas de diferentes setores da sociedade voltadas à implementação de Soluções Baseadas na Natureza (SBN) para aumentar a resiliência de municípios gaúchos frente às mudanças climáticas. As propostas contemplaram ao menos um dos desafios: “Adaptação climática em ação: natureza como aliada” e “Ciência para a adaptação climática: desvendando o potencial da natureza”. A estratégia busca, por meio da conservação e regeneração de ecossistemas, fortalecer a segurança hídrica e a resiliência costeiro-marinha, preparando o território gaúcho para os efeitos de eventos climáticos extremos.

“Projetos que usam Soluções Baseadas na Natureza para promover a adaptação às mudanças climáticas são fundamentais não apenas no Rio Grande do Sul, mas em todas as regiões do país. Os eventos climáticos extremos são uma realidade e afetam diretamente milhares de brasileiros. Os projetos contemplados são mais uma oportunidade de somar forças e minimizar prejuízos, a fim de garantir a segurança e o bem-estar da sociedade”, afirmou Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário.

As iniciativas selecionadas devem atuar, principalmente, em áreas fortemente impactadas por enchentes, deslizamentos de terra e outros desastres naturais que atingiram o estado no primeiro semestre de 2024. A seleção ocorreu em várias etapas, incluindo análise técnica das propostas por especialistas e avaliação final por comitê formado por representantes das instituições organizadoras. Os projetos selecionados terão entre 12 e 24 meses para serem executados.

Confira abaixo as 16 propostas indicadas para apoio pela Teia de Soluções:

Soluções apoiadas pela Fundação Grupo Boticário

● Corredores Bioclimáticos Porta de Torres: a solução criará corredores para conectar ecossistemas e ajudar na mitigação e adaptação de espécies humanas e silvestres aos efeitos do clima. Uma estratégia para a Região da Porta de Torres, para proteger a biodiversidade e promover a resiliência climática.

 ● Tecendo Estratégias de Adaptação e Resiliência: a iniciativa apoia gestores públicos e técnicos do Rio Grande do Sul com diagnósticos, capacitações e projetos-piloto para incluir Soluções Baseadas na Natureza no planejamento urbano. Uma rede de cooperação para fortalecer a resiliência nas cidades.

● Renascer do Rio Grande: sementes do futuro verde: o projeto envolve a produção de mudas, restauração de áreas degradadas e capacita comunidades para prevenir enchentes e regenerar ecossistemas na Bacia Taquari-Antas. Uma resposta direta aos impactos climáticos com foco em reconstrução e futuro. Soluções apoiadas pelo BRDE

● SBN: Ferramenta de Saneamento e resiliência: a iniciativa, em Nova Santa Rita, pretende implantar um sistema piloto que trata o esgoto de forma mais sustentável, com reúso da água no próprio local. A ideia é que essa solução sirva de exemplo para outras cidades da Bacia do Rio dos Sinos, mostrando como o saneamento também pode ajudar na adaptação às mudanças do clima.

● Comunidade Resiliente (Rio Caí): o projeto pretende implementar na cidade de Montenegro, um parque alagável para drenar e reduzir a velocidade do escoamento da chuva, além de servir de área de alagamento natural do Rio Caí, reduzindo riscos de inundações no bairro Industrial.

● Resiliência em comunidade tradicional pesqueira: o projeto, liderado pela Prefeitura de Pelotas, busca reduzir os impactos das inundações na Barra de Pelotas, restaurando ecossistemas costeiros, melhorando habitações e fortalecendo a pesca artesanal, o turismo ecológico e a qualidade de vida local.

 ● Água e economia circular para revitalizar: a iniciativa visa a melhoria hídrica e vai utilizar a fitorremediação para tratar efluentes em bacias hidrográficas rurais. Utiliza os princípios da economia circular para aproveitar a biomassa produzida.

 ● LAB RUA - Laboratório de Resiliência Urbana Avançado: a proposta pretende transformar a Praça Dante Santoro, em Porto Alegre, em um espaço vivo de aprendizado e ação climática. A ideia é usar redesenho urbano e Soluções Baseadas na Natureza para incentivar atores do Programa de Regeneração Urbana da cidade a enfrentar problemas recorrentes, como alagamentos, degradação e a vulnerabilidade social.

● Caminhos do Rio: O projeto visa implementar infraestruturas verdes nas ruas do bairro Centro, na cidade de Taquari, qualificando o espaço para enfrentar os desafios urbanos e reconectar a população com a história local e o rio que deu origem à cidade.

Soluções apoiadas pela Fapergs e Fundação Araucária

● Restauração ecológica para a resiliência climática na Lagoa do Peixe: o projeto integra ciência e comunidades para elaborar um plano de restauração com base no potencial de regeneração natural, qualidade dos ecossistemas e prioridades de ação, mapeando zonas prioritárias para restauração ecológica, colaborando com comunidades rurais e gestores na reconstrução da resiliência climática.

● SOMA-Mirim – Sistema de Observação e Monitoramento Ambiental da Lagoa Mirim: sistema integrado de monitoramento ambiental que ajuda gestores públicos e comunidades ribeirinhas a acompanhar, em tempo real, a qualidade da água, do ar e do clima na Lagoa Mirim, gerando alertas e mapas. A solução ajuda na tomada de decisões mais rápidas e conscientes diante das mudanças climáticas.

● CLIMATE-AI-SBN: IA para enfrentamento Climático: plataforma educacional que apoia escolas públicas na preparação para os efeitos da crise climática. Traz trilhas de aprendizagem, simulações e planos de ação com base na natureza, tudo alinhado à Base Nacional Comum Curricular.

● SACH-J – Sistema de Alerta de Cheias de Jaguarão: sistema integrado que combina monitoramento em tempo real e barreiras móveis de contenção para prevenir cheias em Jaguarão. Auxilia gestores e a comunidade, gerando alertas automáticos e respostas rápidas, protegendo a população e reduzindo danos.

● SBN para resiliência climática na Região Metropolitana de Porto Alegre: o projeto propõe corredores ecológicos e ações baseadas na natureza para guiar o planejamento metropolitano. Com mapas, índices e cartilhas, apoia gestores e comunidades na tomada de decisões para um futuro mais resiliente.

Soluções apoiadas pelo RegeneraRS

● Sementes da Vida Nova: Raiz e Resistência: a iniciativa visa apoiar comunidades periféricas de Porto Alegre no enfrentamento da crise climática, por meio da criação de hortas, jardins de chuva, compostagem e espaços públicos.

● Tamanduá Caminhos Vivos - A Força da Resiliência: o projeto apoia a reconstrução de uma comunidade com envolvimento direto dos moradores, promove a restauração ambiental e oferece oficinas e atividades educativas, reforçando a força coletiva e a resiliência local.

* O apoio financeiro das soluções está condicionado à assinatura de contrato, conforme modelo constante no Anexo I do Regulamento da iniciativa.

 

Fotos: BRDE.

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