Paraná lança Vale do Genoma, ecossistema de inovação aplicado à saúde em Guarapuava 21/06/2021 - 20:40

Guarapuava é a sede de um novo ecossistema de inovação voltado à pesquisa genética e à inteligência artificial aplicadas à saúde. Batizado de Vale do Genoma, o projeto foi lançado oficialmente pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior nesta segunda-feira (21) em evento online com parceiros da iniciativa.

O projeto tem como objetivo se tornar um polo de startups ligadas à pesquisa genômica, além de englobar também as áreas de meio ambiente e agropecuária. A iniciativa foi criada pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e envolve atores da academia, iniciativa privada e sociedade civil – articulação conhecida como quádrupla hélice.

“O ativo cerebral que o Paraná possui ultrapassa 20 mil doutores e é muito importante. Mas, às vezes, ele ficava distante do setor produtivo. A pesquisa aplicada é transformadora e de forma muito dinâmica colabora para a qualidade de vida do cidadão, com o desenvolvimento social e sustentável de uma região”, disse o governador. “Nossa visão é de unir esse setor produtivo, acadêmico, empresarial e privado para que possam conversar, construir em conjunto soluções para a nossa sociedade, para o bem da nossa população”.

“Não tenho dúvidas de que o Vale do Genoma vai ser uma referência no mundo, porque ele já nasceu grande e com oportunidade de reunir muitos talentos. É um orgulho poder participar deste momento histórico do nosso Estado e da ciência brasileira”, acrescentou Ratinho Junior.

Após o lançamento do ecossistema, o objetivo da iniciativa é ampliar a prospecção de novos parceiros empresariais nas áreas correlatas, com vistas principalmente à identificação de oportunidades de negócios inovadores, contribuindo para a competitividade do setor produtivo.

ESTRUTURA – O Vale do Genoma terá como uma de suas plataformas tecnológicas o Instituto para Pesquisa do Câncer (Ipec) de Guarapuava, situado na Cidade dos Lagos, bairro planejado inteligente no município. No local, já foram construídos o Hospital Regional e o Complexo Câncer Center, além dos câmpus da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

As atividades do empreendimento terão foco no desenvolvimento de produtos e serviços viáveis para o mercado. Para tanto, a estrutura laboratorial vai dispor de equipamentos de última geração para o armazenamento e processamento de dados.

Para o David Livingstone Alves Figueiredo, presidente do Ipec e coordenador do curso de Medicina da Unicentro, o Vale do Genoma é algo singular, uma experiência única no País, que traz uma quádrupla hélice para construir, em esforço conjunto, um ambiente inovador.

“É uma mudança de paradigma nessa relação que envolve academia e empresas. Os campos de atuação são muito amplos: o vale vai atuar na área de alimentos, agricultura, pecuária, biotecnologia, além de uma ênfase na saúde humana. Os impactos serão visíveis nas diferentes áreas do conhecimento e no desenvolvimento econômico do Estado”, ressaltou.

O ecossistema é administrado por um conselho lançado em março, composto pelo Governo do Estado, através de um representante da Seti e um da Fundação Araucária; dois institutos de tecnologia, Ipec e Centro de Inovação no Agronegócio (Ciag); e as instituições Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia (FSNT) e Associação Cilla Tech Park.

CONEXÃO – O grande diferencial do Vale do Genoma é a conexão da academia, por meio do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação do Paraná – Napi Genômica, com a iniciativa privada, na busca de soluções e inovações que impactem a qualidade de vida.

"A ciência, tecnologia e a inovação estão entre as áreas prioritárias do Plano de Governo do Estado, que se reveste de uma estrutura de arranjos colaborativos. No Paraná, estamos avançando nestas formações de grupos de pesquisas colaborativas por entendermos que somos muito fortes em qualquer área do conhecimento seguindo este formato”, enfatizou o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.

Para impulsionar o setor produtivo, o projeto contará com uma venture builder, um tipo de organização com foco no desenvolvimento de novas empresas, por meio do compartilhamento de recursos humanos e logísticos, como infraestrutura física e setores jurídico, contábil e mercadológico.

A instituição vai capitalizar, acelerar e escalonar empresas e startups de acordo com os estudos e soluções propostas pelos pesquisadores.

DESENVOLVIMENTO – Para o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, o mercado está cada vez mais competitivo e, por isso, a articulação de parcerias estratégicas se torna parte importante no processo de desenvolvimento econômico e social.

“Estamos articulando a organização de todos os ativos tecnológicos disponíveis no Paraná em um grande ecossistema de inovação. A ideia é incrementar um celeiro de startups e novos negócios, envolvendo o tema da genômica na saúde humana, assim como agricultura e pecuária, alavancando mais um grande motor de desenvolvimento no Estado”, ressaltou Bona.

Ele explica que as soluções inovadoras e tecnológicas serão produzidas a partir do conhecimento científico, com participação de pesquisadores e membros da comunidade universitária e acadêmica.

“É preciso assegurar oportunidades para alavancar as relações comerciais inseridas nesse ecossistema de inovação, impactando a geração de negócios entre startups e outras empresas”, reforçou o superintendente, mencionando a Rede Paranaense de Pesquisa Genômica, instituída recentemente e que já reúne mais de 270 pesquisadores.

PRESENÇAS – Participaram do encontro online o vice-governador Darci Piana; o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado Ademar Traiano; o prefeito de Guarapuava, Celso Fernando Góes; o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos; o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig; o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Marco Antonio Zago; o cientista adjunto do Centro Internacional de Pesquisa (Cipe) do A.C.Camargo Cancer Center, Emmanuel Dias-Neto; os reitores das universidades estaduais do Paraná e de três universidades federais (Unila, UTFPR e IFPR); representantes do Grupo Jacto, dentre outros representantes da sociedade acadêmica, civil e empresarial voltados à inovação.

 

Fonte: Agência Estadual de Notícias.

Fotos: Jonathan Campos /AEN.

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