O Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Alimento e Território – núcleo Litoral - promoveu a II Oficina de Receitas Caiçara, no último dia 12. Foi um espaço de imersão nos sabores, histórias e tradições das comunidades do litoral do Paraná. Realizada na comunidade Candonga, em Morretes-PR, a atividade promoveu o resgate de receitas tradicionais, transformando-se em um encontro sobre a identidade e a memória do território.

O evento teve como cenário a Farinheira da Cris, uma fábrica artesanal de farinha de mandioca centenária que pertence à família da agricultora Miriam Cristina, nativa da comunidade. Nesse ambiente carregado de história, representantes das demais comunidades integrantes do projeto - as comunidades José Lutzenberger (Antonina-PR) e Guaraguaçu (Pontal do Paraná-PR), associados da Cozinha Comunitária Candonga, a equipe do NAPI Alimento e Território e representantes da Fundação Araucária, se reuniram para uma experiência única: a produção coletiva da “Berereca”, receita tradicional do território, de origem indígena, que tem a mandioca como principal ingrediente.

A oficina foi marcada pela troca de conhecimentos e memórias afetivas por meio da comida. Além da Berereca, outras receitas emblemáticas foram compartilhadas, como a Cambira (prato típico da comunidade caiçara do Guaraguaçu), o risoto de pupunha e o icônico barreado tradicional. Esse último, inclusive, integrou o almoço coletivo que celebrou a confraternização e a cultura alimentar do território.

No local, também foi reinaugurada simbolicamente a Cozinha Comunitária Candonga. Este ato consolida uma das principais metas do projeto, que é a reestruturação de unidades de processamento de alimentos nas comunidades integrantes.

“A retomada deste espaço representa muito mais que a reabertura de uma cozinha. Ela reativa um local que já foi a principal fonte de renda de muitas famílias associadas, agora renascendo com um potencial ampliado. O objetivo é agregar valor à produção local, promovendo a geração de trabalho e renda e, acima de tudo, fortalecendo os laços comunitários e a permanência das famílias em seu território, valorizando os saberes-fazeres e os sujeitos locais”, destacou a pós-doutoranda do NAPI Alimento e Território - Núcleo Litoral e  coordenadora da oficina, Jéssica Puhl Croda.