Governo do Paraná investiu mais de R$28 milhões de reais em nove edições do PPSUS 08/11/2022 - 08:56

De 2004 a 2020 a Fundação Araucária lançou nove chamadas públicas referentes ao Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia para o SUS - Programa Pesquisa para o Sistema Único de Saúde: Gestão Compartilhada em Saúde PPSUS, uma parceria da Fundação Araucária-PR, SESA-PR, Decit/MS e CNPq. São elas: CP 07/2004; CP 06/2005; CP 25/2006; CP 08/2009; CP 08/2010; CP 04/2012; CP 04/2013, CP 01/2016 e CP 11/2020. Foram investidos mais de R$28 milhões de reais em mais de 330 projetos.

“O objetivo do PPSUS é financiar pesquisas na área da saúde da população, contribuindo assim para a redução das desigualdades regionais no campo da ciência, tecnologia e inovação . Por meio do PPSUS torna-se possível promover a aproximação dos sistemas de saúde, ciência e tecnologia em todo o Brasil e principalmente no Paraná”, destacou a coordenadora do PPSUS na Fundação Araucária, Priscila Tsupal.

Dos 40 projetos aprovados na chamada pública 11/2020, 10 deles estão diretamente relacionados às ações estratégicas do enfrentamento à COVID-19 no Paraná. Um desses projetos é coordenado pelo professor da Unicesumar, Braulio Henrique Magnani Branco. O estudo apresenta informações que reforçam a indispensabilidade da promoção da saúde, com estímulo à prática de atividade física e alimentação saudável, a fim de manter os indicadores de saúde, como a massa de gordura, o percentual de gordura corporal, a aptidão cardiorrespiratória e o controle hemodinâmico dentro dos padrões de normalidade, com o propósito de estimular a resposta imune e fortalecer o organismo frente a possíveis infecções.

Nesse projeto foi avaliada a composição corporal, aptidão cardiorrespiratória (com análise direta das trocas gasosas) e respostas hemodinâmicas de 171 sobreviventes da COVID-19. Com isso, verificou-se que a maioria dos pacientes acometidos pelo coronavírus que já praticavam exercícios e cuidavam da alimentação não precisaram ser hospitalizados e tiveram uma recuperação mais rápida e efetiva.

As respostas do estudo: “Composição corporal e aptidão cardiorrespiratória em pessoas com excesso de peso ou obesidade pós COVID-19: um estudo comparativo” foi publicado, nos últimos meses, na revista “Frontiers in Physiology”.

“Os recursos da Fundação Araucária foram fundamentais para a realização do presente estudo. Sem esse investimento, seria impossível realizar esse trabalho, visto que tivemos subsídios com bolsas, reagentes e equipamentos que nos permitiram conduzir nossa pesquisa”, apontou o pesquisador Branco.

O PPSUS é uma iniciativa de descentralização do fomento à pesquisa em saúde que prioriza a gestão compartilhada de ações, por meio da parceria entre instâncias estaduais de saúde e de ciência e tecnologia – C&T, financiando pesquisas em temas prioritários de saúde, capazes de dar resposta aos principais problemas de saúde da população, que necessitam do conhecimento científico para sua resolução.

“O Programa é uma das principais iniciativas na área da saúde por vários motivos, e dentre eles posso destacar três principais: o primeiro deles é pelo próprio tema, a área da saúde é prioritária não só para o Paraná assim como para o Brasil, a segunda razão é a forma pela qual o PPSUS é organizado, pois acaba oferecendo atenção maior à pesquisa aplicada, que hoje é uma das melhores formas de interação entre as universidades e a população, envolvendo a C,T&I. E por fim, o funcionamento das pesquisas englobadas pelo PPSUS vai de encontro ao conceito dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação que utiliza dos mais variadores atores para que aplicabilidade das ações seja mais efetiva”, ressaltou o diretor científico, tecnológico e de inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa.

Outro projeto de destaque é o coordenado pela professora da Unioeste Carolina Panis, o qual foi apresentado no Seminário Estadual de Avaliação Final, realizado em março de 2022. É o  estudo da associação entre a exposição ocupacional continuada aos agrotóxicos e os elevados índices de câncer de mama identificados na população rural residente na região Sudoeste do Paraná.

Foram englobadas mulheres dos 27 municípios da região sudoeste, as quais responderam questionários para que fosse possível identificar como elas são expostas aos pesticidas e a partir disso foi realizada uma análise do nível de agressividade da doença.

Os primeiros dados que foram verificados  é que existe um índice elevado da doença na região, que chega a ser 40% maior do que no restante do Brasil e também uma alta taxa de mortalidade, ou seja, 14% maior se comparada às outras regiões do País e predomínio da doença bastante agressivo.

“O financiamento da Fundação Araucária foi um divisor de águas, pois foi só depois da entrada deste recurso que nós conseguimos alavancar e responder as perguntas que tínhamos em aberto. O papel da Araucária no nosso Estado é elementar, porque foi a partir deste investimento que consegui caminhar profissionalmente e adquirir colaborações internacionais”, disse a professora Panis. 

 

Créditos das fotos: Unicesumar e Unioeste.

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