Simpósio na UEPG debate desafios da pós-graduação 20/05/2011 - 14:50

Neomil Macedo - Os desafios da pós-graduação do Paraná ganharam espaço nesta quarta-feira (18/5), na abertura do IV Simpósio de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A cerimônia, no auditório do Centro Integrar, do Programa de Desenvolvimento da Educacional (PDE), contou com a presença do reitor João Carlos Gomes, do presidente da Fundação Araucária, Paulo Roberto Brofman, do assessor da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Décio Sperandio, do reitor da Universidade Estadual de Maringá, Júlio Santiago Prates Filho, do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEPG, Benjamim de Melo Carvalho, da chefe da Divisão de Pós-Graduação, Christiane Philippini Ferreira Borges, e da Diretora Científica da Fundação Araucária, Jackelyne Correa Veneza.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Benjamin de Melo Carvalho, disse que são evidentes os avanços na pós-graduação stricto-sensu na UEPG, hoje com quatro cursos de doutorado e perspectivas de chegar a sete ou oito nos próximos anos. “Nesta quarta edição do Simpósio de Pós-Graduação temos a oportunidade de discutir esse novo momento da instituição”, afirmou o pró-reitor, observando as novas diretrizes da política docente que tem o mérito de reconhecer e valorizar a formação stricto sensu. “O objetivo é mostrar que se as pessoas não acordarem, agora, e não tomarem as medidas necessárias para o avanço na carreira, mais tarde serão cobradas pela história”.

Num segundo momento, Benjamim Carvalho mostrou preocupação com a situação da pós-graduação paranaense, num comparativo com os outros estados da Região Sul. Conforme o pró-reitor, o Paraná tem apenas três cursos considerados de excelência, com nota 6 (dois na Universidade Estadual de Maringá e um na Universidade Federal). “Não temos nenhum curso com nota 7”, disse, relatando que Santa Catarina possui três cursos de ‘pós’ com nota 7; e o Rio Grande do Sul, 13. Diante desse quadro, afirmou que “o Paraná tem hoje o desafio de lidar com a ponta de cima da pós-graduação, porém sem se esquecer dos cursos da ponta de baixo (com a nota 3, conceito de entrada na avaliação da Capes), que somam 43% dos cursos stricto sensu do Estado.

No ensino da graduação e na extensão, segundo Benjamim Carvalho, o Paraná se constitui em referência nacional. “Mas na pós-graduação estamos abaixo da posição que o Estado merece”. Para mudar essa situação, ele defende a adoção de estratégicas de valorização da pós-graduação, através de ações políticas junto aos órgãos federais gestores e financiadores da pesquisa e da pós-graduação. Na sua visão, a universidade deve ser vista de forma integrada, praticando de fato a indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão, “para que seja merecedora desse título de universidade’.

O assessor da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Décio Sperandio, reconhece a necessidade de avanços na pós-graduação paranaense, observando que o governo está atento a essa situação. “Hoje estamos levantando dados para estabelecer um perfil do ensino superior do Estado”, disse Sperandio, ex-reitor da Universidade Estadual de Maringá, afirmando que houve um crescimento significativo das universidades estaduais nos últimos anos, graças, principalmente, ao ideal dos professores pesquisadores. “Comprovamos que temos capacidade e potencial para crescer ainda mais”, disse falando sobre a preocupação existente hoje no governo de manter na ativa o grande número de pessoas que estão na iminência de se aposentar. Outra medida visa tornar a carreira docente mais atraente, aumentando incentivos à titulação.

 

Fundação Araucária

No seu pronunciamento, o presidente da Fundação Araucária, Paulo Roberto Brofman, se colocou como um aliado da causa da pós-graduação, por ser, ele, professor e pesquisador que conhece todas as dificuldades imposta pelo sistema. “A Fundação Araucária é desproporcional ao tamanho do Paraná”, disse, afirmando que os paranaenses são tímidos e pouco valorizados diante da sua grandeza. Sobre isso, comentou que até 2005 a Fundação Araucária não tinha qualquer relação com a Capes, órgão gestor da pós-graduação stricto sensu no país. “Isso é algo inadmissível para uma agência de fomento”, ressaltou, ao comentar ainda que o Paraná não possui representatividade em Brasília junto a órgãos de fomento, “o que é fundamental”.

“Precisamos mostrar a eles o que estamos fazendo”, prosseguiu Brofman, destacando que a Fundação Araucária está sendo repensada nos seus diversos procedimentos e atribuições. Nesse aspecto, adiantou algumas ações que estão em estudos, como a implantação da bolsa sênior, para manter pesquisadores nas instituições de ensino; o reforço no valor das bolsas destinadas aos pesquisadores; o repasse de recurso diretamente aos pesquisadores; a modernização e a constância no lançamento de editais; a integralização dos programas de pós-graduação; e o aumento de pelo menos 100% no aporte de recursos destinados ao desenvolvimento científico e tecnológico do Estado. Para isso, Brofman disse ser necessário que o professores e pesquisadores sigam nessa linha de comprometimento com as suas instituições. “Essa palavra, comprometimento, faz a diferença na produção acadêmica e na produção científica”.

Ao final da solenidade, o reitor João Carlos Gomes fez uma apresentação da UEPG, através de números que comprovam o crescimento da instituição na pesquisa e na pós-graduação, na extensão, no ensino e na sua infraestrutura, com ampliação da área física e aquisição de equipamentos de última geração para laboratórios. “Boa parte dos recursos que possibilitaram esse avanço resulta do esforço dos nossos professores, os quais chegam a tirar dinheiro do próprio bolso para dar continuidade às suas pesquisas”, disse João Carlos, falando ainda sobre o acerto do governador Beto Richa, na indicação do professor Paulo Brofman, para a presidência da Fundação Araucária. “Tenho a certeza de que temos no ‘Dr. Paulo’ um aliado, um interlocutor, que vai trabalhar pela causa do ensino superior do Paraná”.

 

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