Pesquisadores paranaenses se mobilizam para criar rede de estudos sobre proteínas alternativas 02/12/2021 - 11:18

Vistas como novas formas de produção de alimentos no mundo, em especial os de origem animal, as proteínas alternativas são o foco de estudos que, futuramente, podem colaborar para o estabelecimento desta indústria de alimentos no Paraná. Pesquisadores das Universidades Federal do Paraná (UFPR), Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Estaduais de Maringá (UEM) e Ponta Grossa (UEPG) e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) estão se mobilizando para a criação de uma rede de estudos sobre proteínas alternativas. 

As proteínas alternativas são produzidas para a alimentação humana por métodos inovadores, que são adicionais aos nossos métodos tradicionais de produção de alimentos, e que vem como possibilidade de atenuação ou até de resposta aos problemas que existem com a produção de alimentos atuais, em especial com a produção de alimentos de origem animal. 

Além da questão da segurança alimentar, segundo a professora Carla Forte Maiolino Molento, do setor de Ciências Agrárias da UFPR, os estudos contribuem para onze dos dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). 

“As proteínas alternativas vêm para complementar, viabilizar que toda a população possa ter acesso a alimentos de qualidade, a proteínas de potencial nutritivo relevante de forma não excludente. Assim, são propostos novos sistemas de produção que, por exigir menos recursos ambientais, podem atenuar as dificuldades que existem hoje no alcance das proteínas alimentares de alta qualidade para todos os sete bilhões de habitantes do planeta terra”, explica a professora Carla Forte Maiolino Molento do setor de Ciências Agrárias da UFPR.

A pesquisadora destaca outros aspectos relevantes da produção de alimentos a partir de proteínas alternativas. “Trazem soluções para a questão de bem-estar animal, questões muito críticas de ética animal.”

Ainda respostas em relação à redução de riscos para a saúde pública. ”Tanto de zoonoses que podem surgira partir de sistemas muito intensivos de produção animal, quanto para diminuir o risco do desenvolvimento de resistência a antimicrobianos, que é considerada hoje uma questão extremamente crítica para que possamos manter a capacidade da medicina humana e veterinária em tratar doenças infectocontagiosas”, afirma. 

Diante de todos estes aspectos a mobilização pode resultar, futuramente, em um Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) para que o grupo de pesquisadores do Paraná contribua de maneira significativa para as novas cadeias produtivas, indicando meios para o início dos processos produtivos e apoiando a indústria na criação de novos produtos e geração de novos empregos.
“Se houver investimentos o Brasil poderá se tornar uma grande fonte de soluções e, provavelmente, exportador de vários produtos como, por exemplo, meios de cultura”, finaliza a pesquisadora Carla Forte Maiolino Molento. 

O que são? Proteínas alternativas são aquelas produzidas por métodos que não envolvem a criação e o abate de animais para produção de carne, ovos ou leite, sendo alternativamente utilizados os métodos de combinação de moléculas vegetais e fúngicas, de fermentação de precisão, de proteína microbiana e algal e de cultivo celular, de forma isolada ou combinada; acompanhando o movimento mundial das cadeias de produção de alimentos no sentido de complementar o atendimento da demanda por proteína alimentar humana e animal.