Países membros da Zicosul reforçam integração em encontro realizado em Foz do Iguaçu 05/10/2025 - 22:37

Foz do Iguaçu sediou a reunião da Comissão de Indústria e Comércio da Zicosul (Zona de Integração do Centro-Oeste da América do Sul), reunindo representantes de entes subnacionais (estados, províncias, regiões, departamentos) de sete países da região. O encontro, realizado na sede da ACIFI (Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu), destacou a importância da integração trinacional e sul-americana e do fortalecimento das redes regionais. 

A reunião, ocorrida no último dia 11,proporcionou novas aberturas de diálogo entre os setores público, privado e institucional, com o objetivo de promover a integração regional, a cooperação econômica e a criação de novas oportunidades para o desenvolvimento conjunto. Participaram do encontro autoridades e representantes do Uruguai, Paraguai, Brasil, Argentina, Peru, Bolívia e Chile. O país andino, que preside atualmente a Comissão de Indústria e Comércio, foi representado por Mercedes Álvarez Segovia, chefe de Fomento do Governo Regional de Antofagasta –  Chile.

“O principal desafio da Zicosul hoje é estabelecer relações comerciais entre os países envolvidos para fomentar um arrojo econômico harmônico que possa potencializar a todos”, comenta Mercedes. O Secretário Executivo da Zicosul, Orlando Pessuti, fortalece o propósito de união entre os países da Zona Centro Oeste da América do Sul. “O principal legado da Zicosul hoje é, justamente, a integração. Talvez dentre todas as ações até hoje desenvolvidas, a que mais se destaca é a discussão da implantação das Rotas Bioceânicas, principalmente aquelas ligadas as ferrovias e as rodovias entre os oceanos Atlântico e Pacífico”, esclarece Pessuti. 

Mas o que são as Rotas Bioceânicas?

As rotas bioceânicas são corredores de transporte que conectam os oceanos Atlântico e Pacífico por meio de ferrovias e rodovias, permitindo a circulação mais ágil de mercadorias entre países da América do Sul. Mais do que simples vias de escoamento, elas representam um projeto estratégico de integração regional, capaz de reduzir custos logísticos, ampliar a competitividade internacional e fortalecer a cooperação econômica entre os países envolvidos.

A presença do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação Desenvolvimento Sustentável da Região Trinacional – NAPI Trinacional reforçou a conexão entre CT&I e desenvolvimento territorial. Pesquisadores do NAPI trouxeram contribuições técnicas que ampliaram o debate sobre estratégias para intensificar a colaboração entre os países. O NAPI Trinacional, em sua análise, parte da proposta do atual governo brasileiro, consubstanciada nas Rotas de Integração Sul-americanas, especificamente na Rota 4 – Capricórnio, pois o Paraná e a Região Trinacional estão na centralidade desta Rota, que, pelo Brasil envolve desde o Estado de Mato Grosso do Sul até Santa Catarina. As Rotas de Integração compreendem e vão além dos corredores bioceânicos; são propostas ativadoras da integração territorial, das cadeias curtas e da CT&I. 

“O NAPI Trinacional tem uma participação muito importante na Zicosul. Nós temos escutado em diversas reuniões a importância da integração entre os núcleos de pesquisa, as universidades e o setor produtivo e o NAPI Trinacional está fazendo isso na prática, transformando pesquisas em um ativo público, disponível e útil nesse processo de geração do desenvolvimento econômico”, diz a assessora da Zicosul e pesquisadora do NAPI Trinacional,  Daniela Schlogel. 

Segundo a articuladora do NAPI Trinacional, Adriana Brandt, a Região Trinacional é um laboratório de integração transfronteiriça sustentável. “Neste sentido o NAPI Trinacional tem realizado o apoio técnico à Fundação Araucária no que toca às ações de integração e articulação da hélice quádrupla no Eixo do Trópico de Capricórnio, especialmente no que toca à ligação bioceânica multimodal e de CT&I entre Paranaguá, no Atlântico e Antofagasta, no Pacífico. Muito mais do que um corredor de exportação, trata-se de ativar os intercâmbios científicos, culturais, turísticos, sociais e econômicos em toda essa zona”, comenta Adriana. 

 

Fonte: H2FOZ.

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