Mulheres indígenas e carentes são capacitadas para a busca de desenvolvimento social e econômico em suas comunidades 10/03/2023 - 11:22

Com o objetivo de formar mulheres indígenas para que promovam o protagonismo e o desenvolvimento comunitário por meio da educação, sustentabilidade e inovação cultural, uma equipe da Universidade Estadual do Paraná (Unespar-Paranavaí) tem atuado na Terra Indígena Apucaraninha, localizada no município de Tamarana. 

Dentro do projeto “Mulheres indígenas protagonizando o desenvolvimento comunitário: educação, sustentabilidade e inovação cultural” os pesquisadores e professores desenvolvem ações que contribuem para a melhoria das condições de vida das mulheres indígenas. 

O projeto é um dos 86 que fazem parte do Programa Mulheres Paranaenses: Empoderamento e Liderança desenvolvido pela Fundação Araucária e Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Segundo a coordenadora do projeto, Maria Simone Jacomini Novak, a principal atividade envolve a formação de um grupo de mulheres para disseminar ações na comunidade e desenvolver práticas culturais inovadoras nas escolas. 

“Buscamos o desenvolvimento de habilidades e capacidades para a autonomia na tomada de decisões e a sistematização e registro de práticas culturais inovadoras para disseminação na comunidade com impacto para o bem comum”, explica a coordenadora. 

Inicialmente o grupo de pesquisadores realiza estudos e um trabalho de campo para fazer um diagnóstico das necessidades da Terra Indígena Apucaraninha. Em seguida será feito um mapeamento das demandas que estas mulheres têm para o desenvolvimento de ações mais direcionadas como a realização de cursos de formação. Após o retorno destas mulheres já capacitadas para a comunidade a equipe realizará o acompanhamento do desenvolvimento das atividades na comunidade. 

“Queremos despertar o interesse e busca por seus direitos, por capacitação e acesso a níveis mais elevados de escolarização e perspectiva de vida nas comunidades. Desta forma evitando a saída permanente desses grupos para a zona urbana”, comenta Maria Simone. 

A pesquisadora afirma que as mulheres indígenas têm potencial para contribuir para a redução da desigualdade em suas comunidades, inclusive de gênero. A capacitação busca o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade onde vivem. 

Na região de Guarapuava, outra ação busca capacitar mulheres carentes afim de contribuir para a geração de trabalho e renda para o enfrentamento da vulnerabilidade social. O projeto “Organização coletiva e economia solidária com mulheres em situação de vulnerabilidade social” visa motivar as mulheres para a organização coletiva na perspectiva da educação popular para a cidadania e economia solidária.

“Nós queremos apoiar as mulheres para a organização coletiva e desenvolvimento de empreendimentos solidários que poderão ser atendidos pela Incubadora Social da Unicentro. Também fortalecer o protagonismo das mulheres e possibilitar melhores condições de vida através do acesso ao trabalho e renda para as mulheres”, destaca a coordenadora do projeto e professora da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Angela Maria Moura Costa Prates.

Nos trabalhos com grupos de mulheres a equipe da universidade desenvolve diversas temáticas como direitos sociais, civis e políticos, gestão cidadã, democracia e participação social, violência de gênero, empoderamento, cooperativismo e economia solidária. “Também queremos organizar visitas técnicas destas mulheres a outras organizações coletivas e movimentos sociais para que elas conheçam como tudo acontece na prática”, comenta a coordenadora. 

A Incubadora Social da Unicentro apoia, assessora e forma estes grupos de mulheres carentes para que possam se fortalecer na luta por melhores condições de trabalho e renda para o seu próprio sustento e também de suas famílias. 

“O projeto é importante no sentido de ampliar os horizontes destas mulheres na busca pelos seus direitos, fortalecer a ideia da organização coletiva, do reconhecimento como classe social o que pode fortalecê-las coletivamente”, afirma a professora Angela Maria. 
O contato da Incubadora Social da Unicentro para mais informações é o (042) 3629-8346.
 

Por Ticiane Barbosa