“A água é completamente comprometida. Foram encontradas alterações no fígado e nas brânquias dos peixes decorrentes do comprometimento da qualidade da água. Além disso, em alguns locais era difícil coletar o número de peixes suficiente para ter um padrão de confiabilidade na pesquisa, demonstrando como é grande a influência humana nessas águas”, afirma o professor.

Os resultados deste estudo, que foi financiado pela Fundação Araucária, indicaram uma relevante contaminação em todos os pontos onde foram feitas coletas dos peixes, a ainda sugeriu a presença de outras fontes de contaminação que precisariam ser investigadas futuramente. “Alguns compostos altamente nocivos para a saúde não são detectados pelos métodos convencionais de monitoramento da qualidade da água”, alerta o professor.

A conclusão a que Ribeiro chegou não é desconhecida das autoridades. O último relatório divulgado no site do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) sobre a qualidade das águas dos rios da Região Metropolitana de Curitiba comprova isso. No estudo foram avaliadas 72 estações em 38 rios da bacia do Alto Iguaçu, como Belém, Atuba e Barigui. Os rios poderiam ser classificados em sete classes, indo de muito bom a extremamente poluído. Em todos eles a melhor classificação alcançada foi de água poluída. O corpo principal do Rio Iguaçu, por exemplo, apresentou-se com qualidade “muito poluída”.

Fonte: Jornal Bem Paraná. Reportagem publicada em 08/05/11.

Cenário desolador na junção do Rio Belém com o Rio Iguaçu,
em Curitiba: água comprometida e alterações nos peixes e plantas (foto: Franklin de Freitas)