8ª edição do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS) tem 49 projetos aprovados 15/11/2025 - 06:04
A Fundação Araucária divulgou nos últimos dias o resultado referente à 8ª edição do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS): Gestão Compartilhada em Saúde. A chamada pública conta com o recurso total de R$14 milhões de reais e teve 49 projetos aprovados em prioridade 1. Este edital conta ainda com a parceria da Secretaria Estadual da Saúde (SESA), do Ministério da Saúde (MS) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
“A avaliação dos projetos passou por um processo rigoroso e longo de seleção. Isso reafirma que o PPSUS desperta uma consciência dos pesquisadores quanto à necessidade da realização de uma pesquisa aplicada, na qual as ações são pensadas para as reais necessidades e demandas da população”, afirmou o assessor técnico da Fundação Araucária, Fabiano Costa.
Essa iniciativa fomenta pesquisas aplicadas às necessidades prioritárias do Sistema Único de Saúde, contribuindo diretamente para a melhoria da atenção à saúde da população. Ao articular pesquisadores, universidades e gestores públicos, o PPSUS fortalece a integração entre conhecimento científico e as políticas de saúde, promovendo soluções inovadoras para os desafios enfrentados pelo SUS em nível Estadual.
Recursos aplicados
Um dos projetos aprovados neste edital foi relacionado à identificação de marcadores genéticos de resposta à quimioterapia em pacientes pediátricos com leucemia. Ele investiga a Leucemia Linfóide Aguda (LLA) em crianças, o tipo mais comum de câncer infantil, no qual a maioria dos casos tem bons resultados com o tratamento, e muitas crianças conseguem se recuperar. No entanto, ainda existem situações em que, mesmo com diagnóstico precoce e acesso aos melhores protocolos, algumas crianças não respondem bem à quimioterapia ou sofrem efeitos colaterais muito severos. Essas diferenças de resposta ao tratamento estão relacionadas a variações genéticas entre os pacientes. No entanto, no Brasil — e especialmente no Paraná — essas variações ainda foram pouco estudadas.
Portanto, esta iniciativa busca identificar quais regiões do DNA estão associadas a essas diferenças, com o objetivo de, no futuro, indicar quais delas devem ser analisadas antes mesmo do início do tratamento. Assim, será possível que os médicos personalizem a quimioterapia para cada criança, aumentando as chances de cura e reduzindo os efeitos colaterais.
“Receber o recurso deste edital é essencial para conseguirmos fazer essas análises genéticas, que são muito caras. Permite ainda o desenvolvimento de testes mais baratos no futuro, tornando-os acessíveis aos pacientes do SUS”, destacou a coordenadora do projeto, Jaqueline Carvalho de Oliveira.
Outra iniciativa aprovada foi referente à criação, implementação e avaliação de uma intervenção breve digital para redução de danos relacionados ao uso de álcool na cidade de Maringá. O objetivo principal é avaliar a viabilidade de um ensaio clínico pragmático de uma Intervenção Breve Digital (IBD), a qual será impulsionada por Modelos de Linguagem em Grande Escala (LLM) para a redução de danos associados ao uso de álcool. Esta abordagem digital visa superar algumas barreiras de acesso e escalar o tratamento dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).
Este projeto é pensado e desenvolvido por parcerias estratégicas, incluindo o apoio técnico-científico da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a colaboração internacional de pesquisadores da Duke University dos Estados Unidos, garantido a parcela de internacionalização das pesquisas realizadas no Brasil.Espera-se, como resultados, não apenas fornecer um produto tecnológico inovador e replicável para o SUS, mas também demonstrar a viabilidade e a eficácia preliminar da IBD no CAPSad de Maringá. O sucesso esperado desta intervenção é de reduzir o consumo abusivo de álcool e suas consequências, contribuindo diretamente para a melhoria dos indicadores de saúde e da qualidade de vida da população paranaense
“A aprovação integral deste projeto nesta chamada pública representa um aspecto importante para mim enquanto pesquisador, mas obviamente para a pesquisa em saúde pública no Paraná. O financiamento é essencial para mobilizar a infraestrutura e os recursos humanos especializados, incluindo bolsas de Iniciação Científica e de Profissional Técnico, que garantirão a possibilidade de desenvolvermos o projeto tendo em vista as etapas estabelecidas”, ressaltou o coordenador do projeto, Leonardo de Oliveira.
Para ter acesso ao resultado final, .



