Palestrantes discutem ambiente de estímulo à inovação em biogás no encerramento do 3º Fórum Sul Brasileiro 06/04/2021 - 19:04

O tema do Painel 8, “O ambiente de estímulo à inovação para biogás na Região Sul do Brasil”, mobilizou especialistas em fomento, pesquisa e inovação na quinta-feira (1º/04), no encerramento do 3º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano.

O painel foi moderado pela professora da Universidade de Caxias do Sul (UCS) Suelen Paesi. O evento contou com os seguintes palestrantes: o professor da UCS Juliano Rodrigues; o coordenador do laboratório de estudos em biogás da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Suínos e Aves), Ricardo Steinmetz; o apoiador técnico no conselho temático de energia da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Cicero Bley Jr.; o gerente de inovação e de tecnologia da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rovanir Baungartner; o diretor presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), Odir Dellagostin; o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig; o diretor de desenvolvimento tecnológico do Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) e consultor da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) pelo projeto GEF Biogás Brasil, Felipe Marques; o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), Fabio Zabot Holthausen; o diretor de ciência, tecnologia e inovação da FAPESC, Amauri Bogo; e o presidente da câmara de assuntos de energia da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), Otmar Muller.

Os palestrantes da FAPERGS e da Fundação Araucária demonstraram diferentes mecanismos de fomento à inovação em seus estados. Já os participantes de CIBiogás, FIESC, FIEP e FIERGS/SENAI apresentaram um overview setorial em seus territórios, com detalhes sobre as perspectivas e demandas do setor privado. O professor Juliano Rodrigues apresentou uma Agência de Fomento liderada pela UCS e, por fim, Ricardo Steinmetz demonstrou oportunidades inovadoras para o setor de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

“A produção de biogás é uma atividade que precisa de acompanhamento técnico, inovação tecnológica e soluções para gargalos do processo”, disse a professora Suelen Paesi (UCS), moderadora do painel. “Paralelo a isso, temos no Sul do Brasil pesquisadores com muita capacidade de gerar conhecimento. É um grupo que também forma recursos humanos diretamente implicados na rede do biogás”.

Paesi reforçou o potencial econômico dos coprodutos da produção de biogás: “Também podemos ver que a produção de coprodutos atende a diversos interesses econômicos, como hidrogênio, álcoois, biofertilizantes, novas oportunidades de negócios, novos investimentos, e fatias do mercado nas quais vamos ter a oportunidade de apostar de uma forma bastante segura”.

O diretor presidente da FAPERGS, Odir Dellagostin, levou para a discussão as oportunidades de fomento ao setor oferecidas pela instituição no Rio Grande do Sul: “Temos diversos instrumentos de subvenção econômica, não reembolsáveis, que variam de 70 mil reais até 300 mil reais, o que são valores significativos que podem ser acessados por qualquer empresa que tenha projeto de inovação. São alguns instrumentos de fomento à inovação que podem dar suporte a empresas que apoiam o setor de biogás e biometano”.

O diretor de ciência, tecnologia e inovação da FAPESC, Amauri Bogo, afirmou que os recursos aportados pelo Estado de Santa Catarina para o setor têm crescido vertiginosamente: “São previstos mais de 60 milhões de reais para 2021 em recursos do Estado para essas atividades”. Bogo também explicou quais regulamentações correspondem ao biogás no estado – como o Marco Legal do Biogás (Lei 17.542 de 2018) – e quais programas e chamadas públicas em andamento podem favorecer agentes do setor.

O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, reforçou a qualidade da rede de conhecimento em biogás já estabelecida no Paraná: “Temos um capital intelectual no estado muito bem distribuído. Temos uma presença robusta e consistente de instituições públicas de ciência e tecnologia pelo território, com sete universidades estaduais e cinco institutos federais de ensino superior”.

O diretor de desenvolvimento tecnológico do CIBiogás e consultor da UNIDO pelo projeto GEF Biogás Brasil, Felipe Marques, divulgou um estudo recente que mostra que o Brasil produz hoje 2,2 bilhões de metros cúbicos de biogás por ano. “A tendência é de aumento do volume de biogás produzido e do número de plantas operando”, disse Marques. “De 2018 para cá, o número de plantas vem sempre aumentando, e muitas que são cadastradas como plantas em reformulação – ou seja, que começaram com uma vocação específica e se ajustaram tecnologicamente, ou ajustaram a aplicação energética – passaram a operar. Então, o número de desistências nesse setor é muito pequeno. Quem já está usando biogás está procurando alternativas para torná-lo mais rentável, o que indica um amadurecimento de mercado”.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação do 3º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano.

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