Fake news e idosos são foco de campanha a favor da vacinação 22/02/2021 - 13:26

No primeiro mês da campanha de conscientização e mobilização para a vacinação contra a Covid-19 na região Sul do País, as 17 instituições participantes intensificaram as ações de combate às fake news relacionadas ao assunto. Nesta segunda etapa, o público chamado, de acordo com o cronograma estabelecido pelos órgãos de saúde, receberá orientações sobre a importância da imunização. 

“Embora haja uma grande expectativa da maioria da população pela vacinação, a disseminação de fake news causou certa insegurança em algumas pessoas. Por isso, além de continuar combatendo a desinformação, a campanha também busca orientar quem está sendo convocado pelas secretarias da saúde sobre a importância da vacina. Neste momento voltamos as ações para os idosos”, explicou o presidente da Fundação Araucária Ramiro Wahrhaftig, instituição idealizadora da campanha.

Moradora da cidade de Rio Branco do Sul, a idosa Palmira Teixeira de Godoi que acaba de completar 90 anos, estava ansiosa para ser imunizada. “Eu estava esperando a vacina e a família também. Quem estava aqui comigo na hora ficou muito alegre. Agradeci muito as meninas que vieram me vacinar em casa porque tenho andado tonta nestes dias. Agora estou só esperando que venham me dar a segunda dose", comemora dona Palmira. 

Já são duas pessoas imunizadas na residência, o que aumenta a alegria da família. A filha de dona Palmira, Terezinha Teixeira de Godoi Pinto, é auxiliar de dentista no posto de saúde da cidade e já tomou a segunda dose. 

O diretor do Laboratório de Ensino e Pesquisa e Analises Clínicas da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Dennis Armando Bertolin, reforça a necessidade da vacina para combater a pandemia. “Com base nas vacinas nós conseguimos controlar várias doenças graves que assolam na comunidade e ainda nos preocupam. Usar a vacina é o mesmo raciocínio de porquê utilizar um cinto de segurança, embora eu dirija o carro corretamente.”
O alerta das autoridades de saúde é para que a população respeite o cronograma de vacinação de cada município para evitar aglomerações e filas desnecessárias. Além de não deixar de se imunizar. A farmacêutica-bioquímica  da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Elisângela Gueiber Montes, explica que a vacinação é uma responsabilidade coletiva.
”Quando você escolhe não tomar a vacina, além de correr o risco de ficar doente e desenvolver a Covid, você também estará sendo um possível hospedeiro para que o vírus se replique em você. Poucas partículas que inicialmente se infectaram, agora podem se tornar milhares contaminando as pessoas por aí.” 
E completa “quanto maior o número de pessoas vacinas menos vírus vamos ter circulando no ambiente e mais rapidamente eliminamos a doença.” 
Fazem parte da enorme lista de fake news relacionadas à vacina contra o coronavírus absurdos como: vacina contra a Covid pode causa câncer e HIV; pode infectar com o coronavírus; voluntários dos testes já morreram por terem se submetido ao uso das vacinas; vacinas são derivadas de células de fetos abortados, entre outras. 

“A vacina não tem o potencial de causar mutações no nosso DNA, que seria algo extremamente necessário para um processo de desenvolvimento do câncer que é uma doença multifatorial”, explicou a professora de Imunologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Karen Brajão de Oliveira.
Ela frisou ainda que a vacina é produzida a partir de microorganismos inativados como a vacina de poliomielite, hepatite A e da gripe. “As vacinas passam por um rigoroso controle de qualidade durante a sua produção e o vírus que está ali dentro, o coronavírus, está morto, inativado. Não há outros microorganismos ali presentes. Então não há nenhuma possibilidade de transmissão de HIV, por exemplo. Esta notícia é totalmente falsa”, esclareceu. 
Entre as principais ações da campanha pela vacinação, pesquisadores e formadores de opinião por meio de vídeos e entrevistas, enfatizam a importância da vacinação para erradicar a epidemia de Covid-19 e conclamam todos a confiarem na ciência e nas vacinas. 

Participam da campanha, representantes da Fundação Araucária, da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), das sete universidades estaduais, UFPR, UTFPR, UFFS, UNILA, do IFPR, da FUNPAR, PUCPR e TUIUTI. 

Por Ticiane Barbosa - Fundação Araucária