Evento reúne pesquisadores australianos e brasileiros para debater sobre energia limpa e sustentabilidade 19/03/2024 - 16:20

O Simpósio de Energia Limpa e Sustentabilidade, organizado pela Embaixada da Austrália no Brasil com o apoio da Fundação Araucária, reuniu especialistas e pesquisadores, nestas segunda (18) e terça-feira (19) em Curitiba, com o objetivo de estabelecer conexões entre australianos e brasileiros nas áreas temáticas de sustentabilidade e transição energética.

Pela primeira vez na capital paranaense, a embaixadora da Austrália no Brasil Sophie Davies, reforçou o interesse do país em expandir a parceria educacional com as instituições brasileiras. “A Austrália é reconhecida no mundo todo por sua pesquisa de alta qualidade e nossa experiência mostra que quando australianos e brasileiros trabalham juntos é ainda melhor. Nós temos resultados ainda mais efetivos em educação, ciência, tecnologia e pesquisa”, disse a embaixadora.

O evento, que aconteceu no Campus da Indústria - Fiep,  faz parte de uma série de simpósios que acontecem no Brasil, Colômbia e Chile durante o mês de março. Além do Departamento de Educação Australiano é organizado também pela Rede Regional de Universidades (RUN). Segundo Alec Webb, diretor executivo da RUN, a delegação tem como objetivo promover a qualidade da investigação realizada nas universidades regionais da Austrália, sensibilizar estas universidades como potenciais parceiros e locais de estudo, e criar ligações diretas com investigadores e acadêmicos nas áreas temáticas da sustentabilidade e da transição para energias limpas.

O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, ressaltou que o Paraná tem procurado intensificar as relações em ciência, tecnologia e inovação com alguns estados e países, principalmente, aqueles que têm um contexto similar ao paranaense. “Os países do chamado hemisfério ocidental, que têm culturas mais próximas. Isso não quer dizer que não podemos cooperar com outros. Mas a Austrália é um país muito relevante na cooperação em ciência e tecnologia e gostaríamos de aprofundar as relações que o Paraná já tem, inclusive com o estado de Vitória, para que elas possam se intensificar”, comentou o presidente.

Pesquisadores e especialistas australianos e brasileiros apresentaram suas instituições e os principais estudos para a troca de experiências. O assessor do Conselho de Energia do Sistema FIEP, Cícero Bley, apresentou a visão da indústria sobre o tema do simpósio e as principais ações sobre transição energética. “Nós estamos com o foco na produção de biocombustíveis. E entre os biocombustíveis possíveis no Paraná teria o biodiesel e o biometano, que vem do biogás dos resíduos. Com isso nós estamos trabalhando muito o setor da proteína animal, que é o grande negócio do Paraná. É a conversão de carne e leite em lácteos e derivados. Então, essa foi a mensagem que eu procurei passar para os australianos poderem centrar onde a gente tem capacidade pela indústria de fazer a parceria”, avaliou Cícero Bley.

A professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Lucimara Roman, que possui pós-doutorado em desenvolvimento de células solares orgânicas e de dispositivos fotovoltaicos orgânicos, entende que o momento é oportunidade de colaboração "sul-sul", visto que Brasil e a Austrália são países com muitas semelhanças. "Eu estou muito entusiamada de achar os parceiros australianos para fazer novos desenvolvimentos, seja com universidade, seja com indústria. Quando falamos em energia solar ou em biomassa, por exemplo, são problemas que se se resolverem no Brasil, vai resolver na Austrália. Então eu acho que nós temos que seguir juntos", afirma a pesquisadora.

Após as discussões a embaixadora da Austrália no Brasil, Sophie Davies, enfatizou que foi possível observar que há grandes problemas globais e há uma necessidade real de colaboração conjunta para que estes problemas sejam resolvidos. “Nestes fóruns em que nos reunimos identificamos pontos fortes mútuos e as áreas em que podemos trabalhar em conjunto. Pelo que vimos aqui todas as universidades australianas têm pelo menos um centro de investigação a colaborar com o Brasil. E é minha função atuar para a continuidade deste trabalho tão importante”, disse a embaixadora.