Debates sobre mudanças climáticas e recursos hídricos celebram o Dia da Água e marcam Semana do Meio Ambiente 22/03/2024 - 18:34

Em comemoração à Semana do Meio Ambiente e ao Dia da Água, celebrado nesta sexta-feira (22), o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Águas realizou, entre os dias 18 e 21, o II Simpósio "Água que nos Conecta: Gestão Política e Estratégica dos Recursos Hídricos”. E encerrando a programação, os pesquisadores se reuniram nesta sexta-feira (22), online e presencial na Fundação Araucária, para promover o V Workshop: "Mudanças do Clima e Recursos Hídricos".

O Simpósio discutiu os rumos da gestão dos recursos hídricos e qual a melhor estratégia para alcançar a sustentabilidade em um cenário de mudanças climáticas. Já o workshop teve como objetivo apresentar as ações e futuros alinhamentos do principal projeto do Napi Águas: “Indicadores e índices de vulnerabilidade e exposição aos efeitos das mudanças climáticas em setores estratégicos no estado do Paraná”.

A articuladora do Napi Águas, Yara Moretto, comentou sobre a importância da realização dos eventos. “São momentos de estudo, reflexão, discussão de temas relevantes e que trazem enriquecimento científico e metodológico ao projeto que culminarão em entregas de produtos muito mais alinhados às expectativas e necessidades da sociedade”, disse.

Valéria Iared, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é pesquisadora do NAPI e ajudou na organização do Simpósio e do Workshop. Segundo ela, as datas foram escolhidas pensando justamente no Dia da Água, visto que os debates se deram em torno de recursos hídricos, além das mudanças climáticas. “Um ponto importante é relembrar o quanto a água é um recurso finito e o quanto temos que repensar o seu uso, reuso e consumo”, ressalta.

Com 27 meses de trabalho e R$ 1.250.000,00 de recurso investido pela Fundação Araucária, o projeto do NAPI Águas prevê a identificação de preditores que avaliem o risco climático, no cenário atual e futuro, seja em ecossistemas naturais ou de produção, além da criação de um banco de dados ambiental, social e econômico que abranja todo o estado do Paraná para que se possa quantificar a vulnerabilidade de uma dada região do estado e demonstrar suas principais fragilidades, apontar tendências ou indicar fenômenos de difícil detecção.

“A partir de indicadores, o projeto busca mostrar quais áreas requerem maiores ou menores investimentos devido à mudança climática. Então os indicadores serão estratégicos para a economia do Paraná porque no momento de aplicar o investimento, que é dinheiro público, teremos uma ferramenta a mais para dar respaldo de onde o recurso será colocado”, explica o professor do Departamento de Engenharia Ambiental da UFPR e vice coordenador do projeto desenvolvido no NAPI, Sandro Fhroener.

Dentre as entregas parciais do projeto estão artigos científicos e realização de atividades de extensão, voltadas para a preservação ambiental. O objetivo é a construção de um banco de dados para a identificação das vulnerabilidades climáticas do estado do Paraná, que possa auxiliar na promoção de políticas públicas.

Tatiana Motta Tavares, bolsista do programa de Engenharia Ambiental da UFPR e pós-doutoranda pela segunda vez, ressalta que atualmente os programas de pós-graduação têm um foco maior em mostrar um produto voltado para a sociedade.

“Participar deste projeto está sendo bem construtivo, pois pensamos em dar um retorno para a sociedade. O conhecimento acadêmico não fica somente nas universidades, mas se aplica nas demandas sociais, quaisquer que sejam”, comenta.