Araucária participa do lançamento da Rota Estratégica para o Futuro da Indústria-2031 19/01/2021 - 19:26

Estruturar uma cadeia produtiva cooperativa e competitiva, provedora de soluções inovadoras e sustentáveis para a mobilidade. Este é o grande desafio do setor Automotivo e de Autopeças para os próximos dez anos, de acordo com a Rota Estratégica para o Futuro da Indústria Paranaense-2031, lançada nesta terça-feira (19 de janeiro) pelo Sistema Fiep.

Neste mesmo intuito, a Fundação Araucária também anunciou no evento, o pré-lançamento da chamada pública PD&I. A previsão para publicação deste edital é para os próximos trinta dias.

“Este edital faz parte da consolidação do NAPI Automotivo, que tem como objetivo o desenvolvimento de pesquisas e ações ligadas a este setor do Estado, com a possibilidade de parceria com outros estados e regiões de outros países”, informou o diretor científico, tecnológico e de inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa.

A Fundação Araucária já possui chamadas em conjunto com as empresas Renault, Volvo e Bosch e que seguem esse mesmo propósito. “Estamos abertos a essas parcerias que promovem a pesquisa, desenvolvimento e inovação do Paraná, sendo uma das prioridades do Governo”, ressaltou o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.

O estudo que resultou na Rota Estratégica  aponta como principais tendências que transformarão a cadeia nos próximos anos, a eletrificação automotiva, a conectividade, a mobilidade compartilhada e a direção autônoma. É um mapa que identifica caminhos que precisam ser percorridos, indicando ações de curto, médio e longo prazo, para vencer esses desafios.

“A Rota Estratégica vem para contribuir com esse importante setor da economia, que é a indústria automotiva e de autopeças, que responde por cerca de 18% do PIB nacional”, destacou o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro. Ele lembrou a relevância que o setor teve na diversificação da atividade econômica do Paraná a partir da década de 1990. “Hoje o Paraná figura como um dos principais polos automotivos do país, sendo o segundo em produção automotiva com 15% da produção; terceiro maior do país em números de estabelecimentos com 11,11% das empresas e segundo maior em valor da transformação industrial com 14,2%. Isso coloca o Paraná como o segundo maior polo automotivo do Brasil”, frisou.

O presidente da Fiep propôs a criação do Conselho Setorial da Indústria Automotiva e de Autopeças, no âmbito da Fiep, para canalizar as demandas do setor. “Temos que trabalhar de acordo com o que a indústria precisa e deseja”, disse. Ele sugeriu que o Conselho seja instalado imediatamente, com a participação ativa dos representantes da cadeia produtiva e possa contribuir para colocar em práticas as propostas do estudo lançado.

Construção coletiva

“A Rota Estratégia é o resultado de uma construção coletiva com a participação de representantes da indústria, de instituições de ensino e pesquisa, do governo, do terceiro setor, de sindicatos e associações de classe, com a coordenação do Observatório Sistema Fiep”, explica Marília de Souza, gerente do Observatório. “Isso torna o estudo um excelente instrumento de negociação de políticas públicas de interesse comum”, destaca.

Representantes da Renault, Volvo, Brose, Sindipeças, Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos (Sindirepa) e Fundação Araucária, que participaram da construção do estudo, estiveram no lançamento, que aconteceu de forma online, com transmissão pelo Canal da Indústria, no youtube.

“A Rota Estratégica dá um norte de como a indústria deve trabalhar e como o Estado do Paraná pode contribuir para o seu desenvolvimento, disse Marcus Vinícius Aguiar, diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Renault do Brasil. Segundo ele, trata-se de uma ferramenta de consulta, onde as empresas podem visualizar propostas da cadeia produtiva como um todo.

Pós-pandemia

“O mercado automotivo teve uma grande retração com a pandemia. O Brasil tem capacidade de produção de 5 milhões de veículos por ano e, em 2020, essa produção caiu para 2,8 milhões”, observou Aguiar. Ele disse acreditar que essa produção seja retomada, mas para isso é preciso acabar, no menor tempo possível, com os gargalos de logística, sistema tributário e Custo Brasil. “O peso da Fiep é muito importante”, pontuou.

Ele destacou a qualidade da mão de obra do Paraná como muito boa e disse que é preciso trabalhar para que as indústrias automotivas não saiam daqui, migrando para estados ou países vizinhos. Aguiar fez referência à concorrência externa, lembrado que os carros fabricados no Mercosul e no México, têm custo de produção 18% menor em comparação aos fabricados no Brasil e entram aqui sem impostos.

Melhor vocação

“O Brasil precisa acordar para o fato de que qualquer tecnologia necessita de incentivos”, disse Alexandre Parker, diretor de Responsabilidade Corporativa e Institucional da Volvo. Ele avalia que a Rota permite à indústria ampliar oportunidades no novo ciclo de desenvolvimento da eletromobilidade, conectividade e da autonomia veicular e buscar sua melhor vocação dentro dessas tendências.

“O estudo   pode ajudar toda a cadeia automotiva na definição de um plano estratégico mais adequado para as tendências já em andamento da indústria 4.0, eletrificação, conectividade, mobilidade compartilhada e direção autônoma”, observou Parker.

Mudança de mentalidade

Para Max Forte, presidente da Brose do Brasil e diretor do Sindipeças Paraná, a inovação tem que ser uma mudança completa. “Não basta ter uma área na empresa dedicada à inovação, é preciso uma mudança de cultura”, defendeu. Para ele, o maior obstáculo da Indústria 4.0 não é trazer as máquinas, mas mudar a cabeça das pessoas, de todos, engenheiros, técnicos e pessoal administrativo. Na opinião do executivo, a Rota Estratégica do Setor Automotivo, lançada pela Fiep, é apenas o começo. “Tivemos uma grande interação na construção deste estudo, mas podemos considerar que a estratégia é a parte mais fácil. Agora precisamos partir para a execução e nos tornar protagonistas destas mudanças para chegar num patamar de mais competividade”, defendeu.

Manutenção veicular

“Com as novas tecnologias como a eletrificação e os veículos autônomos, o setor de reparação novamente vai demandar capacitação”, disse Sandro Cruppeizaki, proprietário da Mecânica Beto e vice-presidente do Sindirepa. Segundo ele, nesse caminho o setor conta fortemente com o Senai. “O conhecimento precisa ser transferido para a área de reparação. A inovação precisa estar mais presente nas empresas do setor”, observou.

 

 

Íntegra da Rota Estratégica para o Futuro da Indústria-2031 (Automotivo e Autopeças): https://share.hsforms.com/1WgrlQQPiRSCYe61qliFXhg3de1a

 

Fontes: Assessorias de Comunicação da Fundação Araucária e do Sistema Fiep.

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