Araucária participa do evento online em comemoração ao Dia das Meninas e das Mulheres na Ciência 12/02/2021 - 22:30

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) comemorou, nesta quinta-feira (11), o Dia das Mulheres e Meninas na Ciência com uma live, promovida pelo projeto MannaTeam, que reúne pesquisadoras do Paraná e de outros estados do país. O grupo é coordenado pela professora da UEM, Linnyer Ruiz Aylon, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Microeletrônica (SBMicro). A atividade contou com a presença do reitor Julio Damasceno, da pró-reitora de Extensão e Cultura, Débora de Mello Sant’Ana e de autoridades estaduais.

O Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) com o objetivo de promover a igualdade de direitos entre mulheres e homens, no âmbito do sistema de aprendizado científico, que agrupa as disciplinas educacionais de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (mundialmente conhecido pelo termo STEM – Science, Technology, Engineering and Mathematics).

Pensando nisso, o MannaTeam, a maior rede de pesquisa, ensino, extensão e inovação em internet das coisas, dos drones, robótica e educação 5.0, do Paraná, organizou uma live com suas dezenas de participantes. O grupo, que é também uma das maiores redes do país de popularização da ciência, tem como coordenadora a cientista Linnyer Ruiz Aylon.

Há mais de 20 anos, o projeto atende estudantes de várias escolas públicas de educação básica no Brasil. Hoje, são quase 200 estudantes atendidos por meio da atuação de profissionais de 12 Instituições de Ensino Superior, 12 empresas, além de membros da SBMicro e do Institute of Electrical and Electronic Engineers, (sigla IEEE, pronuncia-se I-3-E). Estão envolvidos estudantes e professores de escolas públicas de ensino médio e de universidades. É o MannaTeam.

Comemoração – Nesta quinta, dia 11 de fevereiro,  o MannaTeam fez uma live com a participação de 34 cientistas, de 10 a 50 anos, de várias instituições de ensino do Paraná e de outros estados, que contaram suas trajetórias no mundo da ciência. São pesquisadores da UEM, UFV, UFMG, UTFPR, IFPR, UFPR, IFSP, IESB, IEEE WiE, Unicentro, além das professoras e estudantes das escolas públicas. A ideia foi refletir sobre a inserção feminina na produção de ciência em todas as áreas do conhecimento.

A professora Linnyer abriu o encontro afirmando que há um braço do MannaTeam que incentiva a participação de meninas nas áreas de tecnologia e exatas. São ações de empoderamento das alunas de graduação e pós-graduação para que elas cresçam e permaneçam na carreira. “Mostramos a elas que, embora pareça improvável, nós mulheres nas engenharias, microeletrônica e computação, somos possíveis. Também mostramos como a nossa contribuição é importante nessa área e como podemos dar significado ao que sabemos”.

Autoridades – O reitor da UEM, Julio Damasceno, lembrou que mulheres lideram as publicações e as bancadas dos laboratórios da UEM, além de todas as outras atividades que são delegadas a elas, e destacou que esse grupo vem sofrendo na pandemia, ao abandonar a universidade e a escola por causa da necessidade de dar atenção aos filhos e à casa. “Mas, o MannaTeam não desiste e ajuda a construir um novo paradigma para a escola, usando a tecnologia e a criatividade para formar cientistas. Um trabalho que muda vidas”.

O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, presente no evento, contou que conheceu o trabalho da Linnyer há oito meses. “Fui surpreendido de forma impactante com esse trabalho do MannaTeam. Especialmente neste mundo pandêmico, a tecnologia tem dado suporte para sermos mais produtivos remotamente. Precisamos de condições para isso e pessoas como vocês são cada vez mais importantes. Espero que cada vez mais mulheres, jovens e crianças se engajem no mundo da ciência”.

Segundo Paulo Parreira, coordenador de C&T da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, do Paraná (Seti), que representou, também, o superintendente Aldo Bona, “o que é apaixonante no MannaTeam é que ele trabalha o coração. Ajuda a superar a vida editada que temos hoje, nas redes sociais, com o lema ‘não deixar ninguém pra trás’. Vai muito além da tecnologia, que vocês tiram de letra. A trincheira é se inserir e fazer com que os jovens e as meninas acreditem que têm uma chance, que podem chegar onde querem. Que as mulheres continuem crescendo e atuando cada vez mais forte no nosso Estado, no nosso país e no mundo! Vocês mulheres são fortes, são demais! Por isso, vamos celebrar essa dia!”

Outro convidado da live foi o coordenador-geral de Tecnologias Digitais, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Henrique Miguel. “Estou no Ministério desde 1987, elaboramos políticas, projetos etc., mas quem faz as coisas mesmo, são vocês, nas universidades, nas escolas públicas, nos centros de pesquisa. E a gente vê que isso traz alegria. São desafios enormes que vocês enfrentam, mas sempre com alegria e satisfação. O mundo é pequeno para a vontade e os anseios de vocês, mulheres. Sucesso”, disse Miguel.

As mulheres – A pró-reitora de Extensão, Débora Sant’Ana, destacou que era o dia de comemorar ser mulher na ciência. Lembrou da história dela, que saiu de uma pequena cidade e teve apoio de uma professora para chegar onde queria: ser cientista. “Sou esposa, mãe, extensionista. Sei que as mulheres podem fazer tudo isso de batom e salto alto. Eu dispenso o salto alto. Mas as mulheres têm um olhar diferente para as coisas, precisamos deste olhar, desta diversidade para fazer gestão, para fazer ciência, para fazer tudo. Mas, precisamos de um incentivo. Eu tive o meu e a Linnyer e tantas outras do Manna vêm fazendo isso. Mostram que temos que seguir em frente. A ciência é nossa! A gente espera vocês na UEM para fazermos ciência! Parabéns, Linnyer, pela sua paixão pelo que faz!”

A professora Linnyer completou que deveria ser um compromisso dos professores doutores devolver sonhos para as crianças. Falar para elas que podem tudo, basta estudar. “Descobri que isso era extensão quando conheci a professora Débora. Mais do que citações em artigos científicos, é importante e necessário influenciar pessoas, que, hoje, são presidentes de entidades estudantis, professoras, pós-graduandas, mulheres que fizeram e fazem parte do MannaTeam”.

Em seguida, a homenagem às mulheres pensada pela professora acabou tomando um rumo diferente. Os depoimentos mostraram a importância da própria Linnyer na vida das 34 mulheres que têm relação com o MannaTeam e participaram da live. Elas mostraram que nunca importou a situação pessoal ou de gênero a professora sempre abraçou cada uma ao dizer que era possível chegar onde se quer.

Isso ficou claro na roda de conversa puxada por perguntas feitas às mulheres presentes. A professora Linnyer contou com a ajuda da youtuber AmandaOn, a quem ela chamou de Mannascote, mascote do MannaTeam. A menina, de apenas 10 anos, faz experimentos em posts do Instagram, no canal com seu nome. Ela participou da cidade de Atlanta, nos Estados Unidos, onde está passando por um processo de STEAM, em microeletrônica.

Os inúmeros depoimentos abordaram a importância de: “ter uma orientadora mulher, o que foi muito legal, aprendi tanta coisa, dentre elas a ser uma pessoa que trabalha e cuida das pessoas”; ouvir de alguém “para não desistir, deixar de sonhar e acreditar que é possível. Não desistir do sonho. Queria ser cientista e sou cientista”; ter em mente “o lema do Manna, de que temos que ter foco, fé e acreditar em si mesmo e não perder ninguém”.

O último depoimento foi da professora Daniela Flor, do Instituto Federal do Paraná, Campus Paranavaí. Ela agradeceu à Linnyer, em nome de todas as mulheres que falaram durante a live e do grupo Manna, “a parceira que sempre ofereceu para nós como orientadora em todos os níveis. Vamos permanecer unidas com amor, dedicação nesta causa da mulher na engenharia, na microeletrônica, na computação, a mulher onde ela quiser”.

O final da live, que pode ser assistida integralmente neste link: https://www.youtube.com/watch?v=-EjpXQfSfJI, foi marcado por um momento de emoção. Uma homenagem prestada, em especial, à pró-reitora de Extensão e Cultura, Débora Sant’Ana, à doutora Elisabete Kobayashi, superintendente do HUM, e às demais profissionais do Hospital Universitário de Maringá (HUM), que estão dedicadas ao enfrentamento da Covid-19, a professora Linnyer dedicou um texto da música popular brasileira à todas as mulheres da ciência, e, também, aos homens que as acompanham e apoiam. Em jogral, alunas e professoras recitaram a letra da música "Maria Maria", de Milton Nascimento e Fernando Brant.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da UEM.

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